OIT diz que menos de um quarto dos trabalhadores tem emprego estável

Organização Internacional do Trabalho revelou que apenas menos de um quarto dos trabalhadores a nível mundial tem um vínculo laboral estável.

 

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) revelou nesta terça-feira que apenas menos de um quarto dos trabalhadores a nível mundial tem um vínculo laboral estável. O modelo de emprego clássico é cada vez menos representativo do mundo do trabalho atual, uma vez que menos de um em cada quatro trabalhadores está empregado em condições que correspondem a esse modelo”, afirma a OIT num relatório sobre “perspetivas sociais e de emprego no mundo em 2015″.

O mesmo documento refere também que menos de 40 por cento dos trabalhadores assalariados são contratados a tempo completo, o que significa que mais de 6 em cada 10 trabalhadores assalariados em todo o mundo se encontram numa situação de trabalho a tempo parcial ou temporário.

“Entre os trabalhadores que se encontram nestas situações, as mulheres estão desproporcionalmente representadas, diz a OIT, que considera que “o mundo do trabalho está a mudar profundamente” porque “a economia global não está a criar um número suficiente de postos de trabalho”.

A OIT estima que os números do desemprego mundial tenham atingido os 201 milhões em 2014, um número superior em mais de 30 milhões ao que existia antes do início da crise global em 2008. Para a Organização, “proporcionar emprego a mais 40 milhões de pessoas que entram no mercado de trabalho global a cada ano, está a revelar-se um desafio de enormes proporções”. “Além do desemprego generalizado, a própria relação de trabalho está-se a tornar cada vez menos segura”, considera.

O relatório revela “um afastamento do modelo de emprego clássico, no qual os trabalhadores auferem salários e remunerações no quadro de uma relação de emprego dependente […], têm empregos estáveis e trabalham a tempo completo”. Ao mesmo tempo, o trabalho por conta própria e outras formas de trabalho fora do âmbito da relação tradicional empregador-empregado estão em ascensão.

“A transformação em curso da relação de trabalho está a conduzir a importantes repercussões económicas e sociais. Ela contribui para a crescente dissociação entre os rendimentos do trabalho e a produtividade, com esta última a crescer mais rapidamente do que os salários na maior parte das regiões do mundo”, refere a OIT, considerando que esta transformação aumenta as desigualdades de rendimentos.

 

FONTE: Observador