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Saiba o que deve ter em conta se está a pensar em pedir um aumento de salário ao seu patrão.

Segundo um estudo da consultora MRINetwork/CIGA divulgado em abril, cerca de 14% das empresas nacionais inquiridas não vão aumentar os ordenados aos seus colaboradores, sendo que 7% revelou mesmo que irá ter que baixar os salários. Apesar de a economia parecer estar a recuperar, o mesmo não parece estar a acontecer com a intenção de subida de salários nas empresas portuguesas.

Mas quem não sonha com um aumento de ordenado nos últimos anos? Tendo em conta o contexto atual, em que o mercado de trabalho ainda não parece ter estabilizado o suficiente, é importante que se prepare antes de marcar uma hora para falar com o seu chefe para pedir-lhe o tão esperado aumento de salário. Marta Santos, ‘Section Manager’ da Hays – empresa de recrutamento, diz que o aumento do salário de um trabalhador não deve estar ligado em função do crescimento da economia portuguesa: “Idealmente, o incremento salarial de um colaborador deveria estar interligado com o seu desempenho e o seu contributo para a organização”.

No entanto, a especialista salienta que “é natural que uma conjuntura de mercado mais confiante favoreça os resultados globais das empresas e crie mais oportunidades de desempenho dos colaboradores que as integram, pelo que, nesta perspetiva, se pode verificar uma maior abertura para processos de promoção”.

Qual é o seu valor dentro da empresa?

É aconselhável que antes de falar com o seu chefe sobre este assunto reflita sobre a sua situação atual dentro da empresa e qual o estado financeiro em que a empresa se encontra neste momento. Por exemplo, se a sua empresa está a despedir pessoas ou se já está a ganhar acima da média face aos seus colegas pode não ser boa ideia tentar obter um aumento de ordenado. Para isso, é importante que tente apurar quanto é que os seus colegas que tenham as mesmas funções ou realizem uma função semelhante à sua ganham e qual o valor dos ordenados nas empresas concorrentes. Esta é uma forma de saber se está a receber um ordenado inferior ou superior à média para a sua profissão.

Marta Santos vai mais longe “O colaborador tem de perceber desde o inicio qual a sua função na organização e para tal necessita de conhecer as expectativas que a empresa tem acerca de si e do seu desempenho, bem como comprometer-se de forma clara com aquilo a que se propõe”. É no entanto imprescindível que o trabalhador tenha também conhecimento da política empresarial e quais os planos de carreira praticados pela organização. “Todo este processo é dinâmico, evolutivo e mensurável através de resultados, tendo impacto, de uma forma mais ou menos direta, nos resultados globais da organização”, explica Marta Santos ao Saldo Positivo.

Que estratégia deve seguir para conseguir um aumento de salário?

De acordo com a profissional da Hays, é necessário que esteja preparado antes de falar com o seu superior. “Análise e preparação são pontos fundamentais. O funcionário deve fazer uma autoanálise das suas competências e do seu desempenho, interligando-os com os objetivos individuais e globais da empresa”. Depois de uma análise profunda à sua mais-valia dentro da empresa, que deve incluir as suas competências e o seu desempenho, deve ligá-las aos seus objetivos pessoais e aos objetivos da empresa.

Posteriormente, “deverá preparar toda a informação e discurso a apresentar. Este deve ser exposto na forma de uma argumentação persuasiva e incluir números específicos (ex.: aumento de vendas, aumento da percentagem da satisfação dos clientes, poupança de custos da empresa, etc.). A postura deverá ser sempre a de um compromisso conjunto, em que o funcionário sente que irá ser recompensado por aquilo que já conquistou, comprometendo-se com um crescimento e contributo contínuos visíveis no futuro”, diz a ‘Section Manager’ da Hays.

Lembre-se que para garantir o aumento do seu ordenado deve ter em conta que “é importante dar sempre o máximo de si, mesmo que sinta que dar apenas o suficiente já poderia corresponder às necessidades da empresa. Deverá sentir-se como um parte integrante da uma estrutura com um objetivo comum”, aconselha Marta Santos. A profissional lembra ainda que o mercado de trabalho valoriza cada vez mais os trabalhadores que “vão mais além” no momento de apresentar resultados. “É valorizado o profissional que não se limita a executar, mas que desenvolve as suas ações numa base estratégica, pensando na organização como um todo, mesmo em posições mais operacionais ou de suporte”.

Como deve reagir perante um não?

Por muito que esteja preparado e que utilize argumentos que tentem convencer o seu patrão que é a altura ideal para receber um aumento de salário, deverá estar preparado para receber um não. Isto porque a empresa onde trabalha pode não ter uma folga financeira para que tal aconteça. “Muitas vezes o não pode ser uma questão de mau ‘timing’ para a organização, não estando necessariamente relacionado com o desempenho do funcionário. Questões como políticas salariais da empresa podem ter também um peso forte nesta questão, quanto mais não seja por um princípio de equidade dentro da estrutura organizacional”, conta a especialista da Hays.

É importante que leve esta decisão como uma oportunidade de continuar a mostrar o que vale dentro da sua empresa e tente questionar o seu patrão sobre qual é a melhor forma para o fazer no futuro ou tente ainda negociar outros mecanismos de compensação em alternativa ao aumento do salário. “O colaborador deve assumir uma postura flexível face a este cenário, considerando outras opções que poderão não passar por um aumento de remuneração – negociar benefícios como bónus por bons resultados poderá ser uma boa alternativa”.

 

FONTE: SaldoPositivo

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Sindicato das Indústrias e Afins UGT

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