XI Congresso Sindeq

Entrevista a Pedro Fernandes, coordenador da região norte

1. Que balanço faz dos últimos quatro anos?

“Nos últimos quatro anos foi um trabalho árduo devido à crise do país, mas em termos sindicais penso que fizemos um bom trabalho. Conseguimos responder aos problemas dos nossos associados, numa resposta em termos jurídica e sindical à altura dos seus problemas. Em termos de destaque, eu destacaria a aposta nas novas tecnologias. Através dessa aposta conseguimos chegar ao nosso público-alvo que seriam os jovens do Sindeq, visto que eles são mais adeptos das novas tecnologias. Criamos a página oficial do facebook e mantivemos o nosso site sempre atualizado.”

2. Quais as expectativas para esta nova função e o que podemos esperar do Pedro Fernandes?

“Todo o empenho que sempre dediquei ao sindicato. Será sempre o máximo. Tenho boas perspetivas para este mandato, comigo tenho uma boa equipa de trabalho, por isso certamente vamos conseguir os nossos objetivos.”


Entrevista a Marco Paulo, trabalhador na Rangel e dirigente sindical

1. Há alguns conflitos dentro da Rangel onde, inclusivamente, o Sindeq fez algumas intervenções. Como avalia esse trabalho?

“Desde que entraram lá, estamos melhores. Estava a acontecer exploração.O Sindeq interviu graças ao senhor Osvaldo.”

2. Como vê os próximos anos? Agora com a mudança de mandato, com o senhor Osvaldo a assumir um novo papel… está confiante?

“Sim, estou confiante.”


Entrevista a José Pedro Adrião, coordenador na regional centro-sul

1. Que balanço faz deste último mandato? Destaca algum ponto em especial?

“Muito positivo. Quero destacar dois pontos essenciais: a dinâmica que o secretário-geral deu a este sindicato e a força que, financeiramente, ele deu a este sindicato. O sindicato hoje não tem nada a ver com sindicato há uns tempos atrás graças ao secretário-geral. Conseguiu pôr este sindicato na órbita dos melhores sindicatos. O Sindeq é hoje o maior sindicato da indústria filiado na UGT e digo isto com muito orgulho.”

2. Esta conjuntura atual e esta crise económica causam muitos desafios à atividade sindical e, por isso, os próximos anos não vão ser fáceis. Como espera que este novo mandato consiga assumir as rédeas do sindicato e fazer face às necessidades que o mercado cada vez mais exige?

“ A globalização veio nos trazer, precisamente, esta situação e os sindicatos foram penalizados. Neste caso os trabalhadores foram penalizados. E com o atual governo temos sido, realmente, arrastados para uma situação dificílima. Não existem 700 mil desempregados. Existem 1 milhão e 400 mil. O dobro. É preciso que as centrais sindicais, tanto a UGT como a CGTP, comecem a denunciar esta situação. E, quando se está a apontar que daqui a dois/três anos Portugal terá 8 milhões de habitantes, alguém é responsável por essa situação. Porque a penalização que eles estão a fazer, principalmente às mulheres no mercado de trabalho e a penalização que eles estão a dar às famílias para que, realmente, não possam ter filhos, vai acontecer que daqui a uns anos a natalidade não exista e, nós, temos de assistir a isto em paz e serenamente? Não. É preciso dizer não. Bom, eu sou um sindicalista da velha guarda! Não sou um sindicalista das novas tecnologias. Sou um sindicalista da empresa, do terreno. Gosto de ir às empresas, gosto de ir ao terreno, gosto de falar com os trabalhadores, gosto de os compreender, gosto de os ajudar.”

3. Uma mensagem de esperança para os sócios do Sindeq. O que gostaria de dizer aos sócios e aos trabalhadores em geral. Não só para os sócios que já estão sindicalizados, mas também para os próximos que hão de vir.

“Eu espero que este novo ciclo venha em continuidade do ciclo anterior e, isso, eu tenho umas certas dúvidas. O sindicato não pode, de maneira nenhuma, caminhar como alguns sindicatos em vão de escada. E, quando eu começar a ver isso acontecer, eu vou-me embora. Eu conheci este sindicato com força, ajudei com a minha vontade e o meu companheirismo, tenho 28 anos disto. Juntamente com os meus colegas que me têm ajudado, temos feito da regional centro-sul uma das melhores regionais do sindicato e, portanto, vamos continuar a trabalhar para que se criem condições para melhorar ainda mais. Deixo uma palavra a todos aqueles associados que estão aqui atualmente para que contem connosco e espero que outros venham aderir ao nosso movimento sindical.”


Entrevista a Helder Ramos, delegado do Sindeq

1. Que balanço faz deste último mandato? O que destaca como tendo sido positivas para a atividade do Sindeq junto dos trabalhadores?

“Para mim, principalmente, foi a formação e a forma disponível com que os membros do sindicato tiveram sempre para com os trabalhadores. Foi mesmo a parte mais positiva”.

2. Tem expectativas positivas para os novos cargos e para as novas pessoas que assumiram dentro do sindicato? O que espera para os próximos anos?

 “São pessoas bastante competentes, bastante disponíveis e com vontade de trabalhar. Por isso, acho que vai ser um mandato muito bom”.

3. Dificuldades que ainda sente enquanto trabalhador e desafios que ainda acha que vão estar presentes nos próximos anos?

“A dificuldade acho que é a dificuldade que todos nós sentimos devido à conjuntura do país, a nível de aumentos… Por acaso eu tenho a sorte de trabalhar numa empresa que cumpre com tudo, mas sei que muitos colegas nossos não têm essa sorte. A precariedade, os contratos que não são renovados, o pessoal que não passa a efetivo… acho que são mesmo esses os principais desafios.”

 4. Quer deixar uma mensagem uma mensagem de esperança para os futuros sócios? Porquê que as pessoas se devem sindicalizar?

“Eu acho que as pessoas se devem sindicalizar, principalmente, para terem alguém que os ajude a defender os direitos delas. Termos sempre alguém que nos ajude, que nos dê uma informação, que nos ponha a par das leis. E mesmo a nível pessoal que nos ajudem.”


Entrevista a Ricardo Silva, trabalhador da Petrogal, dirigente sindical

1. Que balanço é que faz enquanto dirigista sindical destes últimos quatros anos do Sindeq? O quê que destacaria como sendo as forças mais importantes e as lutas mais importantes tavadas?

“Isto tem sido uma etapa um bocado complicada. Temos tido algumas dificuldades nas negociações e eu diria que tem sido com alguma dificuldade mas… temos estado presentes.”

 2. Quais são as principais vantagens da associação a um sindicato?

“Ser sócio de um sindicato ainda vejo como uma grande vantagem. Ter os direitos salvaguardados e terem uma organização que zela pelos seus interesses, acho que é fundamental.”


Entrevista a José Luís Carapinha Rei, sócio nº1 do Sindeq, fundador do sindicato, coordenador da regional sul, encarregue do pelouro da contratação coletiva

1. Que balanço destes últimos anos?

“O mundo mudou e nós, sindicalistas, temos de estar preparados para essa mudança. Mas a mudança foi muito repentina e levou-nos, de facto, a criar situações dramáticas: o desemprego, a perca de regalias dos próprios trabalhadores. Os sindicatos estão, neste momento, numa pressão muito grande onde o desemprego é a principal causa das dificuldades que atravessa o movimento sindical. Os trabalhadores, neste momento, estão numa situação critica e tudo aquilo que nós possamos fazer (que temos algumas dificuldades), os trabalhadores estão sempre numa posição de pé atrás. Mas por muitos defeitos que ainda possam haver nos sindicatos, ainda é a organização que os defende. Pior era se não existissem.”

 2. Disse que as mudanças foram muitas. Acha que as estruturas sindicais em Portugal estão preparadas para os desafios da globalização?

“Nós temos que nos prepararmos. Se não nos prepararmos, morremos. Temos que dar esse passo. Pode nos custar mas temos que o dar porque a realidade aponta para isso. Eu posso estar a dizer que não aceito, mas a máquina está a empurrar-me e eu já estou a aceitar.”

 3. Que desafios vê para os próximos anos?

“Os desafios são sempre para o lado dos trabalhadores. E compreende-los e tentar resolver os problemas que são muitos. Estamos neste momentos com uma pressão muito grande das entidades competentes, do governo, da troika e só retiram direitos e o desemprego é a causa maior de tudo isso. É um flagelo.”

4. No âmbito da contratação coletiva, o quê que destacaria? Explique-nos o quê que exatamente faz.

“O meu papel é negociar com as entidades patronais. É complicado porque nós temos um interesse e eles têm outro interesse e, no diálogo, temos de fazer conjugar os interesses das duas partes. Para nós podermos alterar alguma coisa, um principio da contratação coletiva, o ordenado mínimo nacional, a atualização do ordenado mínimo nacional… neste momento a contratação está a atravessar momentos muito difíceis.”

5. Uma mensagem de esperança para trabalhadores que se vão sindicalizar.

“A mensagem que eu levo quando vou às empresas é que eles se devem sindicalizar. Às vezes eles sentem-se um bocado desviados dos sindicatos mas, apesar dos defeitos, há muitas virtudes nos sindicatos.”


Entrevista a Paulo Chaverria, formador na área da informática e Hugo Fonte Boa, formador nas áreas da informática e higiene e segurança no trabalho

1. Um dos principais pilares para o desenvolvimento do sindicato foi a formação. Como encaram a formação e o papel da formação dentro de uma unidade sindical como o Sindeq?

(Hugo) “Por um lado, acho que temos a formação sindical que aproxima os delegados à empresa e, por outro lado, a formação profissional que aproxima os trabalhadores tanto do sindicato como da empresa. E, neste momento, em que vivemos um nível de desemprego elevado, em que é preciso requalificar os desempregados para voltarem a serem incluídos no mercado de trabalho e, também, em que é preciso valorizar os que ainda têm o seu posto de trabalho garantido, acho que a formação profissional está no topo da pirâmide.”

(Paulo) “Eu vou acrescentar que a formação é um elo principal de ligação entre as pessoas e o sindicato.”

(Hugo) “Em relação à componente financeira, percebi que, neste momento, as quotas dos sócios não tem crescido. Infelizmente, na minha opinião pessoal, não acho que isso vá ter algum significado expressivo a nível das finanças do sindicato, por isso acho que a aposta na formação deve ser tida em conta.”

2. Que pontos é que destacam de importantes nestes últimos anos de atividade do Sindeq?

(Paulo) “As coisas têm vindo a mudar muito e uma das coisas é a renovação em termos de juventude. Está a acontecer neste momento e fico grato e feliz por isso. Sei que o Osvaldo está a fazer essa ponte e o meu contentamento neste momento é esse. Estamos a apostar nos jovens, estamos a apostar na mudança, na continuidade.”

3. Há novas perspetivas, então, para os próximos anos?

(Paulo) “Há. Eu penso que as coisas vão correr bem. Confio nesta equipa.”

(Hugo) “Acho que sou exemplo da juventude e queria ressalvar a situação da igualdade de género. Acho que o sindicato deve fazer chamar a si também as mulheres.”

4. Uma última mensagem para eventuais sócios e associados. O porquê da necessidade da sindicalização? Os trabalhadores ficam realmente mais protegidos?

(Paulo) “Eu não tenho dúvidas disso. Eu costumo equiparar a não ter um seguro automóvel. Costumo angariar muitos sócios com essa situação. Não ter um seguro automóvel é um risco enorme. Não ser sindicalizado neste momento é uma falha muito grande, podemos ficar muito desprotegidos.”

(Hugo) “Sim temos que nos associar, agrupar. Porque, individualmente, a sociedade não vai a lado nenhum e, dessa forma, acho que faz todo o sentido pelo apoio que o sindicato presta tanto a nível jurídico como noutras situações, além de proporcionar protocolos que representa poupança económica para os trabalhadores.”


Entrevista a António Canizes, trabalhador da CIN

1. Balanço dos últimos quatro anos. O que mudou nos corpos dirigentes e nos trabalhadores?

“Já estou há 27 anos no sindicato, como dirigente há 18 anos. Não me queria focar muito nos últimos 4 anos porque já foram um acumular dos últimos 8 anos. Já começou há 8 anos, efetivamente, algumas mudanças no Sindeq. Estruturalmente reduziu-se os números de regionais. Agora, nos últimos 4 anos a redução foi maior. Existe uma renovação das pessoas. Não aquela que seria a desejável no meu entender, mas existe efetivamente renovação. E existe também uma formação maior por parte das pessoas que estão na estrutura do Sindeq em termos de secretariado e dirigentes. Existe a necessidade de nós continuarmos este caminho, fazendo algumas alterações. Fazermos formação e informação. Espero que nos próximos 4 anos se dê continuidade a esta trabalho e que esta continuidade tenha um caminhar mais rápido, mais eficaz. Defendo que o Sindeq não devem ser quatro Sindeq’s, deve ser um só Sindeq. Espero que esta mobilidade e este desenvolvimento sejam estendidos a todo o Sindeq em si.”


Entrevista a Francisco Afonso Negrões, ex- secretário-geral Sindeq

1. Que balanço é que faz destes anos de atividade junto do sindicato enquanto secretário-geral?

“Foram 12 anos de muita luta, de muitos sacrifícios e grandes problemas. Não só relativamente à situação interna em que o sindicato se encontrava, como também relativamente à situação política que não nos deu descanso nas lutas que tivemos que encetar em defesa dos nosso sócios e dos trabalhadores em geral, considerando que somos um sindicato da indústria cujos sócios têm um nível salarial muito baixo. Uma grande parte ao nível do salário mínimo nacional e isso cria-nos dificuldades acrescidas porque com todos os trabalhadores temos de ter o mesmo tratamento, mas estes, pela situação económica em que se encontram, mereceram de nós um carinho especial e uma atenção com vista a podermos solucionar os problemas.”

2. O mundo mudou, o mundo do trabalho mudou, os próprios trabalhadores mudaram, há novos desafios. Como é que vê estes próximos anos? Que desafios o Sindeq vai continuar a encontrar?

“Os próximos anos vão ser desafios muito grandes porque o tecido empresarial industrial português está a diminuir, não há novas indústrias e, as que vierem, vêm com condições de contratação dos trabalhadores em situação precária, criando um clima de medo em relação à sindicalização. Isso vai levar a que se tenha de pensar em novas formas de sindicalização e de pagamento de quotas de forma a que os trabalhadores não se sintam ameaçados, com receio de represálias das entidades patronais, sabendo que eles são sindicalizados.”

3. Vai continuar pelo sindicato? O que vai fazer agora?

“Eu estou ligado a uma instituição de solidariedade social, à qual penso dedicar-me relativamente ao Porto. É uma instituição cívica chamada ‘Alma do Porto’ que congrega as freguesias do centro histórico do Porto. Situações com muitos problemas e muitas carências e que nós vamos tentar, dentro das nossas possibilidades, dar uma ajuda para se conseguir ultrapassar estas situações. Ao sindicato continuarei a vir mas numa fase com menos intensidade.”


Entrevista a Maria Helena Duarte, trabalhadora na ‘A penteadora”

“Quando veio o 25 de abril foi quando surgiu a UGT e o Sindetex e, juntamente com uma colega, angariamos sócios dentro da empresa. Fizemos muitas ações de formação, comecei a ir às reuniões, aos congressos. Fui eleita delegada, coordenadora, fui à Grécia, fui à Dinamarca representar o Sindetex. Houve um problema na empresa, a administração mudou, a laboração continua acabou, chateei-me e demiti-me de dirigente sindical. A pessoa que me substituiu faleceu e eu voltei a ocupar o lugar dela. Estou contente por estar aqui, estou contente por ver pessoas novas, fiquei muito triste por haver menos mulheres do que nos últimos congressos e muito triste por eu ver as pessoas que já vejo há 10 anos atrás, e muito triste por não ver ninguém do têxtil. É o sindicato pobre do Sindeq. Há 3 ou 4 anos que não temos revisão salarial e se não fosse a fusão com o Sindeq não teríamos razão de existir.

2. Os próximos anos serão de desafios?

“Eu acho que sim. A nossa empresa está a ser restruturada, estou com medo porque estão a mandar muita gente embora, está muita gente a contrato, estão a fazer muitas alterações. O próprio código de trabalho está sempre a mudar e fico triste. Cortara-nos as horas extraordinárias. Há 5 ou 6 anos atrás isto era aqui uma revolução! Hoje toda a gente se cala. Não diz nada. E para quê que serve o sindicato? Ficamos de mãos e pés atados.”


Entrevista a Carlos Silva, secretário-geral UGT

1. “Sem sindicatos não há democracia”. Pode explicar o que quer dizer com isto? Qual a importância da atividade sindical na conjuntura atual?

 “Quem sabe melhor são aqueles que viveram durante 48 anos na opressão e na clandestinidade. Foram uma peça importante na luta pela devolução da democracia e das liberdades cívicas em 1974. Foi realmente o movimentos dos capitães que criou e que implementou o 25 de abril com um golpe militar mas, acima de tudo, a luta já vinha de muito detrás, sobretudo nas empresas, de forma clandestina, no operariado e também em grandes organizações de trabalhadores. Lembro-me, por exemplo, dos bancários que em 1973, o Daniel Cabrita foi preso pela PIDE e, daí, foi germinando a luta pela defesa dos direitos das pessoas, pelo direito ao trabalho, pelo direito à dignidade, pelo direito à profissão, pela criação de direitos… foi antes do 25 de abril. Também quero dizer que o grande partido trabalhista inglês foi criado pelos trabalhadores. Portanto, sindicatos e partidos políticos são elemento charneira naquilo que é a essência do regime democrático. Sem sindicatos livres, sem sindicatos plurais, efetivamente não existe democracia e a UGT pode-se orgulhar de ser uma central sindical plural, com divergências, que não está amarrada a nenhum partido político, mas respeita e dialoga com todos os atores sociais neste país. Sem nós, efetivamente, teríamos uma democracia coxa.”

2. Destacou a importância da formação no Sindeq. A formação sindical ou outro tipo de formação, de que forma é que pode construir uma atividade sindical mais forte e mais capaz de responder aos desafios dos mercados?

“Os sindicatos não existem se não houver trabalhadores filiados. E os trabalhadores para se filiarem, hoje sobretudo os mais jovens, têm que perceber que há efetivamente uma alteração no discurso e no comportamento dos sindicatos. Já lá vai o tempo em que os sindicatos eram, acima de tudo, organizações que não precisavam ser pró-ativas. Depois o tempo foi evoluindo, as pessoas começam a ter uma maior individualização das relações de trabalho, passam até a acreditar menos nas organizações sindicais… e tudo isto atenua alguma responsabilidade da parte dos próprios sindicatos porque isto é uma evolução social. Hoje os sindicatos oferecem um conjunto de serviços que estão sobretudo radicados na contratação coletiva. E o que podemos oferecer às pessoas? A melhoria das suas condições de vida e, num momento em que a vida em sociedade é tão competitiva, a melhor forma de nós podermos habilitar os trabalhadores, sobretudo os com menores qualificações a prepararem-se para essa competitividade, para essa agressividade em que é o cada um por si, é munirem-se de um conjunto de instrumentos que lhes permitam discutir o mercado de trabalho com alguém melhor preparado. Como é que podem faze-lo? Formando-se, valorizando-se, arranjando ferramentas de formação que permita habilitá-lo a disputar uma qualquer função no local de trabalho, com qualquer colega em igualdade de circunstâncias. E é precisamente isso que pode melhorara a produtividade e a competitividade das empresas. A formação é uma aposta da UGT e tem sido uma aposta com muito sucesso do Sindeq e, os que não sendo sindicalizados e querem formação, vão sindicalizar-se.”

3. Choques geracionais entre o sindicalismo de velha guarda e uma necessidade, cada vez maior, de chegar a um público mais jovem. Que medidas ou que estratégias acha que são fundamentais para que haja uma convergência entre estes dois pilares e para que, assim, se consiga sindicalizar mais jovens?

“Eu sou secretário-geral da UGT, fui eleito com 51 anos, eu próprio sou fruto e produto dessa renovação. O próprio Osvaldo Pinho, na sua intervenção, disse que só faria um mandato, preparando a própria renovação. Também a valorização de um delegado sindical é quase como um olheiro do futebol. Os nossos delegados sindicais, os nosso ativistas podem muitas vezes transmitir aos dirigentes que temos aqui jovens que sabem defender a sua camisola, que sabem defender aquilo que querem, sabem valorizar o que é um interlocutor sindical para defenderem direitos. E nós temos de saber aproveitar e criar condições para eles intervirem na vida do sindicato num momento difícil, porque as pessoas, hoje, como têm necessidade de manter o seu emprego, muitos têm medo de se colocarem na vida sindical. Mas podem participar no período pós-laboral e também há empresas que estimulam a atividade sindical. Em democracia é preciso haver interlocutores­. E, a maior parte das empresas deste país onde, por exemplo, o Sindeq intervém, tem necessidade de ter interlocutores válidos com quem possam dialogar para manter a paz social na empresa. Só se mantem paz social quando temos interlocutores à altura que percebam as virtualidades do consenso, da confrontação das ideias e, isso, gera-se à volta de uma mesa, isso é que é a arte da negociação. Nós não podemos desistir e temos que acalentar estas organizações como o Sindeq, que apostam muito na formação.  Como é que se negocia, como é que se conseguem melhores condições de trabalho, como é que se pressionam as administrações e, isso, tem de revelar sempre da parte dos nosso sindicatos uma grande disponibilidade para o diálogo social, como foi também aqui enaltecido pelo Osvaldo Pinho e é isso que, naturalmente, é o caminho de futuro dos sindicatos.”­­

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