O secretário-geral da UGT, Carlos Silva, discorda das medidas do Plano de Estabilidade, defendendo a reposição imediata dos salários.
De acordo com o líder sindical, as medidas que o Governo veio ontem, quinta-feira, apresentar ao país “preconizam a manutenção de um conjunto de políticas de austeridade que fazem, de novo, incidir sobre o fator trabalho um custo acrescido”.
Maria Luís Albuquerque, ministra de Estado e das Finanças, anunciou ontem, após a reunião do Conselho de Ministros em que foi aprovado o Programa de Estabilidade, que o Governo, apenas em 2019, pretende repor os salários cortados aos funcionários públicos e eliminar a sobretaxa de IRS.
A ministra anunciou, igualmente, que o Governo propõe repor, a um ritmo de 20% por ano, os salários na função pública, para que, em 2019, sejam pagos a 100%. Também em 2019, o Governo pretende que a redução da sobretaxa de 3,5% desapareça, o que custará cerca de 190 milhões de euros por ano.
Uma outra medida proposta é a redução da Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES) que, atualmente, se aplica às pensões acima de 4.611,42 euros, pretendendo ser reduzida para metade em 2016 e eliminada em 2017.
Para Carlos Silva, não faz sentido manter a CES nem o corte dos salários da função pública e defendeu que a reposição salarial deve ser imediata e não de forma faseada.
O líder da UGT sublinhou que “o que está no centro das políticas do Governo são os cortes salariais”, mas defendeu que, em vez disso, se deveria apostar em “criar medidas no sentido de combater a austeridade de uma forma definitiva”.
Carlos Silva acrescentou que “o que importa é olharmos para as questões de futuro e percebermos que o Governo não pode continuar a cortar salários, não pode continuar a cortar pensões, não pode continuar a dificultar a vida aos portugueses, não pode fazer reformas da administração pública contra as pessoas”.
Fonte: Notícias ao Minuto