COMUNICADO
UMA MÁ DECISÃO PARA OS TRABALHADORES
Ontem foi anunciado o pedido de ajuda externa do País: um pedido à União Europeia e ao FMI.
A UGT vê com grande preocupação esta decisão, que foi considerada inevitável no seguimento de más decisões políticas e da incapacidade do sector financeiro em cumprir os seus compromissos externos.
A UGT sempre se opôs à entrada do FMI em Portugal. A sua entrada é saudada pelos grandes interesses económicos e financeiros e torna ainda mais difícil a situação dos trabalhadores e dos pensionistas.
Têm motivos para se preocupar todos aqueles que vivem dos seus salários ou das suas pensões, particularmente os de mais baixos rendimentos. O próximo futuro vai ameaçar ainda mais o Estado Social, os Trabalhadores da Administração Pública e o futuro do Sector Empresarial do Estado.
Como a UGT sempre afirmou, a situação de Portugal estava muito mais próxima da Irlanda do que a da Grécia: seriam as dificuldades de financiamento da Banca que poderiam obrigar o País a pedir ajuda externa. Infelizmente foi isto que se verificou.
A UGT tudo fez para evitar a entrada do FMI. Assumiu o diálogo e a negociação e o respeito pelos compromissos assumidos. Procurou apoiar os esforços nacionais para fugir à ajuda externa.
Bater-nos-emos no futuro por políticas em que a dimensão social vá lado a lado com a dimensão económica, contra o aumento das desigualdades sociais e na defesa do emprego e do Estado Social.
Não aceitaremos que os sacrifícios sejam desigualmente assumidos e que sejam penalizados aqueles que hoje mais sofrem em situações de desemprego, pobreza e exclusão, aqueles que são pobres apesar de estarem a trabalhar e todos os que vivem de pensões baixas após uma longa vida de trabalho.
Neste momento em que se aproximam eleições não podemos deixar de exigir:
– Que os portugueses possam optar entre soluções concretas alternativas para o futuro do País;
– Que seja claro que a democracia política se baseia no voto do Povo e não aceita a subordinação do poder político ao poder económico e financeiro.
Lisboa, 7 de Abril de 2011