Seminário do Sector Automóvel

seminario_sector_automovelNo passado dia 21 de Março de 2014, mais uma vez, o Sindeq foi o único sindicato a representar os trabalhadores da Continental-Mabor, no Seminário sob o tema Sector Automóvel, promovido pela GUE/NGL , em Lisboa no Hotel Mundial.

Presentes: membros de sindicatos e comissões de trabalhadores das empresas VW Autoeuropa, CHST VW Autoeuropa, Faurecia, Acciona, CHST Autovision, Webasto, PPG, UFO, Vampro, DSV, CACIA – Renault, FCC – Logística, Palmetal, Schnelleke e delegados Sindeq que trabalham na Continental-Mabor.

 Objecto principal: Profissão de desgaste Rápido.

Vantagem: Reforma aos 60 anos.

O Professor de Sociologia na Universidade de Bolonha, Dr. Francesco Garibaldo começou com uma abordagem da evolução das empresas, quanto à sua forma, estratégia e objectivo principal no contexto da crise global. A produção intensiva ao incentivo à exportação, da deslocação do ocidente para os países de leste para um excesso de bens e serviços, originando um limite!

Os lóbis atuam por via dos deputados europeus, estes servem para aprovar os interesses dos grandes grupos económicos. Fez uma referencia ao voto das eleições de forma consciente e racional, pois entende, que são raros os dias que colocam trabalhadores e entidades patronais em igualdade, deste modo, devemos fazer bem a escolha, de quem melhor defenderá os interesses dos trabalhadores.

Francesco pede aos sindicatos que se organizem mais e melhor, de modo que consigam ultrapassar a fragmentação actual, desenvolvendo esquemas de acção com objectivos claros e possíveis de alcançar.

Considerando, que as empresas estão de guerra entre si, faz com que os trabalhadores destas empresas, estejam também em guerra, por arrastamento.

Em ultima análise, ter em atenção ao acordo transatlântico dos EUA e a EU, em que pode garantir um grande mercado, mas com ordenados mais baixos e um aumento do capital a uma interligação do Mundo Automóvel. Os Sindicatos devem estar atentos e passar de uma articulação Nacional à escala Europeia.

A Dra. Adélia Pinhão – Medicina do Trabalho fez referência ao bem-estar físico, mental e social e não somente na ausência de afecções e doenças. A saúde ocupacional e doenças profissionais (Dec. 76/207 de Julho), também foi tema de discussão com várias experiencias relatadas das demais organizações presentes.

A informação útil que retiramos neste debate é que na Toyota, os exercícios de prevenção nos postos de trabalho já está a ser integrado antes do trabalho. Na VW, antes de se desenvolver uma peça nova de fabrico, pensa-se no impacto nefasto que pode provocar ao operador ao coloca-la no veículo, a ergonomia está em primeiro plano. Da Continental fez-se referencia às iniciativas em determinados departamentos para melhorias das condições de saúde no trabalho, mas com noção de que se pode fazer mais e melhor nesta área da saúde, importante na vida dos trabalhadores e empresa.

Os problemas de saúde vão desde o desconforto e dores de cabeça esporádicas a situações clinicas mais graves que exigem ausências ao trabalho e tratamento médico. Em casos crónicos podem levar a sua incapacidade permanente e perda de trabalho. Na maior parte das tendinites provocadas por traumatismos de movimentos repetidos durante as horas de trabalho, provocam um sofrimento ao trabalhador, perda de rendimento à entidade patronal, reduz a eficiência da empresa e aumentam os custos da segurança social.

É possível prevenir ou reduzir em grande parte este problema desde que se passe a respeitar a regulamentação e as recomendações de boas práticas existente sobre a segurança e saúde no trabalho.

É necessário monitorizar e antecipar a possibilidade de ocorrência de lesões músculo-esqueléticas (LME) principalmente as que estão ligadas com o trabalho (LMEL) passa pela prevenção e pela existência de um conjunto de procedimentos, raramente aplicados nas empresas.

A argumentação utilizada e partilhada pelos demais representantes, foi mais que suficiente para chegarmos a uma conclusão unânime à este processo.

Concluímos, até mesmo para empresas multinacionais instaladas em Portugal, em que têm um ritmo muito elevado para serem bastante competitivos, onde operadores com 58-60 anos já não conseguem o exigível para atingir os objetivos internos de produção ou de gestão, por varias razões, encontramos uma solução em análise, mas que, merece a nossa atenção:

1º Ser considerado profissão de desgaste rápido – sector automóvel e industria da borracha – reforma aos 60 anos.

2º Aos trabalhadores que têm 58 anos de idade – trabalhar apenas 4h/dia. As restantes 4h serão efetuadas por uma pessoa indicada pelo trabalhador efectivo ou referenciado pela entidade patronal. O pagamento da retribuição para quem aceite esta negociação será de 50%/50% para cada pessoa. A empresa continua a efectuar desconto na totalidade para segurança social do trabalhador efectivo até aos 60 anos.

Assim, as trabalhadoras e trabalhadores reunidos no encontro internacional do Sector Automóvel recusam a visão descartável do trabalho – no emprego e na saúde – e defendem a organização da produção e do trabalho de forma a evitar estes riscos.  

Exigem da parte dos Governos e da União Europeia o reconhecimento deste sector como de desgaste rápido fruto dos exigentes sistemas produtivos, sistemas de turnos e das elevadas cargas de trabalho.

Exigem que os governos e a União Europeia, subsidiem as consequências da declaração do sector como de desgaste rápido no que diz respeito a prevenção na saúde e antecipação da aposentação através de uma pequena parte dos impostos que neste momento já são cobrados sobre veículos e combustíveis dos mesmos.

Exigem dos Governos e da União Europeia que as empresas que deslocalizem as suas produções fiquem responsáveis pela saúde dos trabalhadores vitimas de doenças profissionais que deixam para trás.

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Sindicato das Indústrias e Afins UGT

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