CCT INDÚSTRIA FARMACÊUTICA
COMUNICADO
– Negociações frustradas –
PROCESSO PASSA A CONCILIAÇÃO
As negociações directas com a Apifarma com vista à revisão do Contrato Colectivo de Trabalho para 2011/12 terminaram rapidamente: pelo segundo ano consecutivo a Associação Patronal representativa das empresas de uma das mais ricas e lucrativas indústrias em todo o mundo recusou proceder a quaisquer aumentos salariais.
Se a crise é um facto inegável, a verdade é que não atinge todos da mesma forma. Temos consciência que as empresas do sector da indústria farmacêutica têm sido sujeitas a grandes pressões para reduzir os preços dos medicamentos, que muitas e constantes alterações têm sido produzidas na regulamentação do sector. Os lucros baixaram? É possível, mas esta indústria continua a ser uma das mais rentáveis.
Tem que haver moderação salarial? Com certeza, mas nos salários dos gestores e altos quadros das empresas. Não nos salários dos trabalhadores de menores rendimentos e muito menos nos salários do CCT. Porque é disto que se trata, da negociação dos salários mínimos contratuais. É uma vergonha o aproveitamento que alguns gestores fazem das dificuldades que o País atravessa. A Direcção da Apifarma, que no passado sempre se pautou por uma elevada capacidade de análise e realismo, está agora também a sucumbir à demagogia e à solução fácil, usando os trabalhadores e os seus salários como arma de arremesso. Lamentável!
Nestas circunstâncias vamos avançar para a conciliação, depois a mediação e, se não houver resolução do problema, requerer a arbitragem obrigatória. Não vamos permitir mais dilações e seguir as vias legais ao nosso alcance até ao fim.
No entanto, chamamos a atenção dos trabalhadores de que é preciso manifestar o nosso descontentamento por todos os meios ao nosso dispor: principalmente na empresa, fazendo sentir o nosso desagrado, mas também nas ruas e nos fóruns de opinião. Se não reagirmos, a redução dos salários e dos nossos direitos vai prosseguir até nos transformarem em proletários que apenas ganham o suficiente para sobreviver.
Lisboa, 24 de Outubro de 2011
Pel’ O Secretariado